Musicoterapia auxilia no tratamento de jovem autista de Itapetininga
Isadora Nalesso, de 17 anos, é diagnosticada com transtorno do espectro autista, e faz musicoterapia como terapia complementar para o tratamento do autismo. Musicoterapia oferece benefícios para pessoas diagnosticadas com autismo
Apreciar uma boa música, fazer dela parte da rotina, e de diversos momentos da vida acontece com diversas pessoas, das mais variadas idades e gostos musicais. Mas, além de emocionar e despertar memórias, a música tem ajudado muitas pessoas a vencer barreiras.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
Para Isadora Nalesso, de 17 anos, moradora de Itapetininga (SP) diagnosticada com transtorno do espectro autista, a música foi fundamental para superar seus limites. Foi por meio das sessões de musicoterapia que ela pôde evoluir, aprender a tocar piano sem partituras e começar a cantar.
Evolução constante
Edna Aparecida, mãe da Isadora, acompanha todas as aulas e comemora cada avanço da filha. Em casa, os treinos continuam, e a mãe conta que além da música incentivar a fala, a ajudou em outras atividades que antes a jovem tinha muita dificuldade e hoje em dia tem uma grande evolução, como por exemplo praticar natação.
“Tinha época que a ente não tinha condição de sair, ir pro shopping, porque ela tinha muita crise nervosa e tudo. Agora vamos na praia, vamos no shopping, tudo que ela gosta de fazer. Melhorou tudo, agora a fala dela é funcional”, explica Edna.
Edna se emociona com cada pequena conquista da filha, e comemora sua evolução.
“Na minha cabeça era uma brincadeira porque eu não entendia como é bom, como eu ia saber que ela tem essa habilidade musical?”, comenta a mãe.
Música como terapia
Cláudio Neix, que é musicoterapeuta, conta que esse tipo de terapia é utilizada em casos de reabilitação para incentivar o desenvolvimento de várias habilidades, dentre elas, a comunicação e aprendizagem, e ressalta que a técnica vem trazendo bons resultados, principalmente entre autistas, isso porque determinadas áreas do cérebro reagem sob influência da música.
“O córtex altivo primário é onde é processado a musica, então quando ela escuta um som, diferentemente da fala, que vai ser no córtex altivo secundário, ela vai processar esse som como qualquer pessoa. A educação musical tem como finalidade uma estética musical, né? A musicoterapia tem como finalidade a saúde, a criança não chega para aprender tocar um instrumento”, explica o especialista.
A cada nota musical, Isadora se descobre e ganha cada vez mais autonomia.
“A gente começou a trabalhar de forma mais livre, no qual ela toca um som e eu repito, e ela vai espelhando aquilo que a gente faz, com o tempo ela vai conseguindo desenvolver. Muitas vezes, a gente canta uma musica e ela completa o trecho, depois vai sendo modificado, a gente toca o instrumento e ela canta, então ela vai percebendo este estimulo de pergunta e resposta no qual ela adapta pra questão da fala”, destaca Cláudio.
Terapia Complementar
De acordo com a neuropsicóloga Joslaine Jesus, a musicoterapia funciona como uma terapia complementar, mas não substitui os tratamentos necessários com profissionais que tratam do autismo, como por exemplo psicólogos e fonoaudiólogos.
“O neuropsicólogo é o profissional que participa desde o inicio da investigação do diagnostico de autismo e cabe a ele também fazer as intervenções disponíveis para esta pessoa, trabalhar em dois eixos importantes que eles enfrentam como dificuldade que é a comunicação e a interação social, essa intervenção, essa terapia, permite o engajamento desta pessoa em outras terapias também”, explica Joslaine.
Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
source